Como investir no exterior e garantir cidadania global?

A busca por alternativas de diversificação patrimonial está crescendo, e muitos investidores consideram a obtenção de uma segunda cidadania como estratégia para ampliar sua mobilidade internacional. Durante o programa BM&C New Deal, especialistas explicaram como o investimento em imóveis e fundos no exterior pode abrir portas para residência e cidadania em mais de 50 países.

Dan Marconi, Managing Partner da Multipol, e Eron Fabon, Partner Brasil da Multipol, detalharam os critérios necessários para participar desses programas. “Muitos países oferecem essa possibilidade para atrair investimentos estrangeiros e, em troca, concedem residência ou até mesmo cidadania ao investidor”, afirmou Marconi.

Quais países oferecem cidadania por investimento?

Os programas de cidadania por investimento variam conforme as políticas de cada país. “Itália, Grécia, Portugal, Nova Zelândia, Austrália e Estados Unidos são alguns dos destinos que possuem iniciativas estruturadas para atrair investidores”, explicou Fabon.

No caso da Grécia, por exemplo, um imóvel pode ser adquirido sem que o investidor precise sair do Brasil. “A compra de um imóvel na Grécia pode garantir residência permanente, e todo o processo pode ser conduzido remotamente”, acrescentou Marconi.

Em países como Malta e Portugal, além do investimento, há requisitos adicionais, como tempo de permanência mínimo por ano. “No caso de Malta, a obtenção da cidadania pode levar anos se o investidor não estiver atento aos detalhes do programa”, destacou Fabon.

Como funciona a residência fiscal ao investir no exterior?

Além de obter um passaporte estrangeiro, muitos investidores avaliam a possibilidade de mudança definitiva. “A residência fiscal precisa ser analisada com atenção. Em alguns países, como os Emirados Árabes, há incentivos tributários que atraem investidores que buscam eficiência fiscal”, explicou Marconi.

Fabon complementou que a decisão deve considerar aspectos jurídicos e tributários específicos. “Cada país tem suas regras para determinar onde o investidor deverá pagar impostos. No Brasil, por exemplo, quem permanece mais de 183 dias no país continua sendo residente fiscal brasileiro”, esclareceu.

Imóveis e fundos de investimento como alternativa para cidadania

O tipo de investimento necessário para obter residência ou cidadania depende das exigências do país escolhido. “Alguns programas aceitam investimentos em fundos, outros exigem imóveis ou doações diretas ao governo”, afirmou Marconi.

No programa Golden Visa de Portugal, por exemplo, investir em fundos de investimento qualificados pode garantir a residência sem a necessidade de permanência fixa no país. “Após cinco anos, o investidor pode solicitar a cidadania portuguesa, desde que cumpra os requisitos exigidos”, explicou Fabon.

Alternativas para quem busca uma nova cidadania

Além dos investimentos tradicionais, algumas nações oferecem cidadania para profissionais qualificados. “Em países como Austrália e Israel, há programas específicos para talentos de alto nível em determinadas áreas”, afirmou Marconi.

Outro exemplo é o Nomad Visa, disponível em países como Portugal, que permite residência para quem possui renda passiva comprovada. “Esse tipo de visto tem atraído cada vez mais profissionais que desejam viver em um país com qualidade de vida elevada”, destacou Fabon.

O que avaliar antes de investir para obter cidadania?

Antes de iniciar o processo, é essencial entender as regras e restrições de cada país. “Muitos investidores buscam segurança jurídica e estabilidade política ao considerar uma segunda cidadania”, afirmou Fabon.

Marconi reforçou a importância do planejamento estratégico. “Diversificar a cidadania é uma forma de proteger patrimônio e garantir mobilidade global. Cada país tem exigências específicas, e contar com especialistas no processo faz toda a diferença”, concluiu.

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