Saiba qual empresa pode se beneficiar com as tarifas de Trump

O presidente dos Estados Unidos confirmou a imposição de novas tarifas para importação de aço, o que pode ter um impacto significativo na siderurgia global. O Brasil, que figura entre os principais exportadores do produto para os EUA, pode ser diretamente afetado, pressionando preços, demanda e competitividade do setor.

No entanto, segundo Marco Saravalle, CIO da MSX Invest, nem todas as empresas brasileiras sofrerão o mesmo impacto. Enquanto Usiminas (USIM5) e CSN (CSNA3) tendem a ser as mais prejudicadas, a Gerdau (GGBR4) pode sair menos afetada ou até mesmo se beneficiar da mudança no cenário internacional.

Setor de aço brasileiro: capacidade e exportação

O Brasil possui uma capacidade instalada de 51 milhões de toneladas de aço por ano, mas a produção real gira em torno de 32 milhões de toneladas. O consumo interno é inferior à produção, tornando a exportação uma estratégia essencial para a indústria.

Os principais mercados compradores incluem China, Estados Unidos e outras economias globais. Com a nova tarifação imposta pelos EUA, há o risco de redução na competitividade do aço brasileiro no exterior, o que pode pressionar ainda mais os preços no mercado global.

Impacto das tarifas e o efeito no setor

A medida adotada pelos EUA pode desencadear uma reação em cadeia no setor siderúrgico. Se a economia americana crescer menos devido ao encarecimento das importações, o efeito pode ser sentido no mercado global, pressionando preços e margens de lucro das siderúrgicas.

“O aumento das tarifas impacta diretamente o preço do aço e pode gerar um efeito negativo sobre o crescimento da economia mundial”, explica Saravalle. “Se os EUA e a China crescerem menos, a demanda pelo aço pode cair e, consequentemente, os preços tendem a sofrer um ajuste para baixo.”

Por que a Gerdau pode ser menos prejudicada?

Ao contrário de Usiminas e CSN, que exportam grande parte da sua produção, a Gerdau tem forte presença no mercado norte-americano, com produção local nos Estados Unidos.

Além disso, a Gerdau pode se beneficiar indiretamente, caso as tarifas reduzam a entrada de aço importado e aumentem a demanda por produtos siderúrgicos fabricados nos EUA. “Se a concorrência externa perder espaço no mercado americano, empresas como a Gerdau, que já operam dentro dos EUA, podem capturar parte desse crescimento”, destaca Saravalle.

Perspectivas para o setor

No curto prazo, os investidores devem acompanhar o impacto da nova taxação nos resultados das siderúrgicas brasileiras. O setor já vinha enfrentando desafios, e o 4º trimestre de 2024 e o 1º trimestre de 2025 devem ser períodos desafiadores para a indústria.

Apesar do cenário de incerteza, a MSX Invest mantém preferência por Gerdau devido à sua exposição ao mercado americano. No entanto, o setor como um todo pode sentir os reflexos da medida tarifária nos próximos meses.

“A notícia não é positiva para a indústria do aço como um todo, mas no comparativo, a Gerdau pode sair menos prejudicada do que suas concorrentes diretas”, conclui Saravalle.

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