Visitante frequente no Brasil, peixe-lua é um dos maiores peixes ósseos do mundo


Espécie sobe para a superfície para se esquentar no sol e se livrar de ectoparasitas, que são comidos por aves marinhas e outros peixes. Visitante frequente no Brasil, peixe-lua é um dos maiores peixes ósseos do mundo
Com distribuição ampla, o peixe-lua (Mola mola) chama a atenção por uma série de razões. O tamanho grande, a aparência peculiar e o comportamento de “tomar sol” na superfície da água são algumas características dessa espécie que habita oceanos tropicais, subtropicais e temperados ao redor do mundo.
Embora prefira águas abertas, o peixe-lua pode ser encontrado próximo à costa em algumas regiões. Segundo a bióloga especialista em peixes Ana Clara Sampaio Franco, da Universidade de Girona na Espanha, espécie costuma aparecer no litoral do Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, mas também já foi vista na Bahia e em Pernambuco.
Indivíduos de peixe-lua registrados em San Diego, na Califórnia
uzun / iNaturalist
Uma dessas aparições foi registrada pelo fotógrafo Rafael Mesquita em Ilhabela (SP). As imagens, feitas em julho de 2023, mostram um peixe-lua realizando pequenos saltos para se esquentar no sol. Habitante de profundidades entre 200 e 600 metros, o animal ganhou o nome de “sunfish”(peixe sol, em inglês) por causa do hábito curioso.
“Acredita-se que ele faz isso para regulação térmica, já que é um animal ectotérmico, mas há hipóteses também que falam sobre eliminação de parasitas da sua pele por aves marinhas”, explica a pesquisadora.
Devido à sua baixa agilidade, esses peixes possuem muitos parasitas na pele, então o nado horizontal na superfície é também uma tentativa de atrair peixes e aves que se alimentam desses parasitas. Um papel ecológico importante nos ecossistemas marinhos.
Gigante marinho
Outra curiosidade é que o Mola mola já foi considerado o peixe ósseo mais pesado do mundo pelo Guiness Book. No entanto, desde 2021, o título passou para outra espécie de peixe-lua: o Mola alexandrini, que atingiu 2,744 toneladas e foi capturado em Portugal.
Com um corpo achatado lateralmente, que lhe confere uma aparência de roda ou disco, a espécie é geralmente vista em áreas de ressurgência, que são regiões onde águas profundas e frias sobem à superfície, trazendo nutrientes e potenciais presas dessa espécie.
Peixe-lua costuma subir à superfície para se esquentar no sol e se livrar de parasitas
Jude Magann / iNaturalist
Onivoro, o peixe-lua se alimenta principalmente de águas-vivas e medusas, moluscos, zooplâncton e também de pequenos peixes. Ocasionalmente também é capaz de consumir algas e crustáceos. Para isso, peixe-lua tem uma boca que pode se esticar para frente, permitindo que ele “sugue” o alimento ao invés de mordê-lo.
Uma das maiores ameaças ao peixe-lua é a pesca, segundo a especialista, já que a captura por redes e outros apetrechos é comum. “Não são comumente utilizados para alimentação, exceto em alguns países asiáticos, então, em geral, quando capturados, eles são descartados. Além disso, também são vulneráveis a choques contra embarcações”, acrescenta.
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