Dois anos de Tesouro Renda+: vale a pena investir?

O Tesouro Renda+, título do Tesouro Direto voltado para a aposentadoria, completou dois anos desde seu lançamento em 30 de janeiro de 2025. O balanço mais recente mostra que o produto atingiu um estoque recorde de R$ 4 bilhões, um crescimento de 150% em relação ao mesmo período de 2024. A popularidade do investimento tem sido impulsionada por iniciativas como o Gift Card B3 e o Educa+, além do Projeto OLITEF, voltado à educação financeira de jovens estudantes.

Como funciona o Tesouro Renda+?

Criado pelo Tesouro Nacional em parceria com a B3 e a Secretaria de Previdência (SPrev), o Tesouro Renda+ tem um objetivo claro: permitir que os brasileiros planejem uma renda complementar na aposentadoria. O investidor escolhe uma data para começar a receber pagamentos mensais por 20 anos, acumulando títulos ao longo do tempo. A rentabilidade do investimento é corrigida pela inflação, garantindo poder de compra ao longo do período.

De acordo com Felipe Paiva, diretor da B3, o Renda+ permite ao investidor simular a renda extra desejada no futuro e definir um fluxo de aplicações para atingir esse objetivo. “É só o começo para quem deseja guardar recursos ao longo de uma vida e garantir uma renda extra na aposentadoria”, explica.

Principais vantagens do Tesouro Renda+

  • Investimento acessível – É possível começar com valores baixos, comprando apenas 0,01 título (1% do valor total do papel).
  • Sem limite de compra – O investidor pode adquirir quantos títulos quiser, respeitando um teto mensal de R$ 2 milhões.
  • Correção pela inflação – Os rendimentos acompanham a variação dos preços, protegendo o poder de compra.
    Isenção de taxa de custódia – Quem mantém os títulos até o vencimento não paga taxa, exceto se as rendas mensais ultrapassarem 6 salários mínimos (taxa de 0,1% ao ano sobre o valor excedente).

O que considerar antes de investir?

Embora o Tesouro Renda+ seja uma opção interessante para o planejamento da aposentadoria, ele tem algumas características que o investidor deve avaliar antes de aplicar seu dinheiro. Diferente de outros títulos do Tesouro Direto, ele não possui liquidez diária. Isso significa que, se o investidor precisar do dinheiro antes do prazo, terá que vender o título no mercado secundário, podendo enfrentar oscilações nos preços.

Outro ponto a considerar é que, ao contrário de um investimento que permite saques conforme a necessidade, o Renda+ estabelece um pagamento fixo mensal por 20 anos. Assim, é importante que o investidor faça um planejamento financeiro para garantir que a renda gerada será suficiente para cobrir suas despesas futuras.

Renda+ vale a pena investir?

Segundo Marília Fontes, analista de renda fixa e sócia da Nord Research, o Tesouro Renda+ é uma opção estratégica para quem pensa no longo prazo e deseja garantir uma taxa atrativa atrelada à inflação.

Quando você vai investir nesse título, o ideal é que a cabeça que você tem seja uma cabeça de longo prazo, ou seja, você contrata uma taxa de IPCA+6, IPCA+7, até a sua aposentadoria, o que é uma excelente taxa do ponto de vista estratégico”, destaca.

Ela reforça que o título é interessante para quem planeja a aposentadoria, pois oferece previsibilidade e correção inflacionária, garantindo uma renda extra segura no futuro. No entanto, Marília pontua que ele não é a opção mais eficiente do ponto de vista tributário. “Os fundos de previdência têm imposto de renda de 10% no final das contas, enquanto o Renda+ tem 15%, mas ainda assim é um excelente instrumento para quem pensa na aposentadoria, pois é muito simples e fácil de investir.

Dessa forma, para quem busca um investimento acessível, seguro e com correção inflacionária para o longo prazo, o Tesouro Renda+ se apresenta como uma alternativa viável, desde que o investidor esteja ciente de seus prós e contras.

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