Diretor executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS) pede demissão após denúncia de acúmulo de funções e por ter recebido “200 mil” euros de forma “ILEGAL”

Numa curta nota enviada à ministra da Saúde, Gandra d’Almeida frisa que não considera que cometeu “qualquer ilegalidade ou irregularidade” e que toma a decisão “para defesa do SNS” e “proteção” da sua família.

António Gandra d’Almeida, o agora ex-diretor executivo do SNS, demitiu-se sexta-feira 17/01 do cargo.

“Embora entenda que não cometi qualquer ilegalidade ou irregularidade, para defesa do SNS e, com não menos importância, para proteção da minha Família e do futuro que queremos seja de dignidade, pedi, hoje mesmo, a Sua Excelência a Ministra da Saúde, que me dispense de imediato do exercício das minhas atuais funções”, pode ler-se na nota enviada por Gandra d’Almeida a Ana Paula Martins.

Gandra d’Almeida tomou essa decisão após a divulgação de uma reportagem, na qual é referido que acumulou, de forma ilegal e durante mais de dois anos, as funções de diretor do INEM do Norte com as de médico tarefeiro em Faro e Portimão. Na nota, Gandra d’Almeida afirma que a reportagem contém “imprecisões e falsidades” que “lesam” o seu “bom nome” e “a condição primeira para que possa servir, com toda a liberdade, o SNS, os seus profissionais e os seus utentes, e honrar o convite” que lhe foi feito pelo Governo.

Em comunicado enviado às redações, o Ministério da Saúde confirma que Ana Paula Martins aceitou a decisão. “O Ministério da Saúde agradece o trabalho competente realizado pelo Diretor Executivo, o esforço que toda a equipa sob a sua direção tem realizado para servir os portugueses nestes tempos difíceis e espera que a situação se esclareça no mais breve prazo”, escreveu o Ministério.

Em 22 de maio de 2024, o Ministério da Saúde anunciou que tinha escolhido o médico militar António Gandra D´Almeida para substituir Fernando Araújo como diretor executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e, no mês seguinte, o Conselho de Ministros aprovou a sua designação para o cargo.

Gandra D´Almeida, especialista em cirurgia geral, foi diretor da delegação do Norte do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) a partir de novembro de 2021 e, nas Forças Armadas, acumulou funções de chefia e de coordenação.

Foi escolhido pelo Governo na sequência da demissão apresentada por Fernando Araújo no final de abril de 2024, após liderar a Direção Executiva do SNS durante cerca de 15 meses, alegando que não queria ser um obstáculo ao Governo nas políticas e nas medidas que considerasse necessário implementar.

Da Redação Na Rua News

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