Torres Vedras envia carta aberta à Ministra da Saúde questionando sobre o novo Hospital do Oeste. “Será esta a prioridade que merecemos”?

A Presidente da Câmara Municipal de Torres Vedras, Laura Rodrigues, dirigiu uma carta aberta à Ministra da Saúde, Ana Paula Martins, expressando preocupação com o atraso na construção do novo Hospital do Oeste.

O Na Rua News teve acesso a carta aberta que segue abaixo na integra.

“Ex.ma Sr.a Ministra da Saúde, Ana Paula Martins,
A Coesão Territorial é uma expressão que é querida a todos os governantes. Serve para evocar a correção de assimetrias entre litoral e interior, entre os que estão mais próximos da capital e os que em tempo ou distância lhe ficam mais longe.

Mas, porque o discurso sobre a coesão trabalha com os extremos, pode dar-se o paradoxo de um território litoral a pouco mais de meia hora de Lisboa ficar esquecido sucessivamente, fora das preocupações com prestação de serviço público ou com coesão territorial. Assim tem sido com o Oeste no que à prestação de cuidados de saúde diz respeito.

Em maio de 2024, o Ministério da Saúde informou a comunicação social de que estaria a avaliar o processo de construção do novo Hospital do Oeste para tomar uma decisão e que este teria “toda a prioridade”.

Vamos recebendo informações esporádicas e vamos assistindo aos estudos e argumentos que o edil das Caldas da Rainha vai colocando na rua enquanto há este vazio de decisão.

A Unidade Local de Saúde do Oeste anunciou recentemente um investimento de 8 milhões de euros na reabilitação de um dos edifícios do Hospital de Caldas da Rainha. E Torres Vedras? Por aqui nem investimento no atual hospital nem médicos.

Em Torres Vedras continuamos a ter 40 mil utentes do SNS sem médico de família. Continuamos a ter um hospital onde não cabem os utentes que dele precisam e onde bastaria percorrer os corredores para perceber que falta dignidade e condições tanto para os utentes como para os profissionais de saúde, que fazem o que podem para responder às necessidades da população.

Dizia-se em maio de 2024 que “o Governo encara este projeto como muito relevante para toda a região e irá dar-lhe toda a prioridade que ele merece”. A pergunta que fazemos, como certamente fará a grande maioria dos oestinos é: será esta a prioridade que merecemos?

Passou quase um ano. A verba está inscrita no Orçamento de Estado de 2025. Por que esperamos?”

 

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