Google vs Loterias: quem vai definir as regras das apostas online no Brasil? Confira

Google vs Loterias: quem vai definir as regras das apostas online no Brasil? Confira

A operação de apostas online no Brasil, popularmente conhecida como “bets“, tem sido objeto de discussão acirrada, especialmente em relação às políticas de publicidade adotadas por grandes plataformas de tecnologia. Estas políticas determinam quais empresas podem ou não promover seus serviços de apostas em território nacional, com base em autorizações governamentais.

As loterias estaduais, como a Loterj e a Lottopar, têm reivindicado mudanças nas diretrizes dessas plataformas, pressionando por reconhecimentos locais. A questão gira em torno da política implementada por gigantes como o Google, que, a partir de outubro de 2024, passou a aceitar apenas anúncios de apostas de empresas autorizadas pelo Ministério da Fazenda.

Conflito entre Autorizações Federais e Estaduais

As loterias estaduais possuem autonomia para conceder permissões para a operação de apostas dentro de seus estados. Contudo, a política adotada pelas big techs segue uma linha de padronização que prioriza autorizações de alcance nacional. Esse modelo de negócios reflete práticas internacionais e visa promover uma publicidade de apostas segura e regulamentada.

Hazenclever Cançado, presidente da Loterj, e Daniel Romanowski, da Lottopar, têm argumentado contra essa centralização federal. Ambos exigem que as plataformas digitais aceitem anúncios também de operadores autorizados pelos estados. Esta disputa enfatiza a diferença significativa nos custos de obtenção de licenças entre as instâncias federais e estaduais, onde as últimas são consideravelmente mais acessíveis.

Por que as Big Techs Seguem Politicas Federais?

As grandes empresas de tecnologia, como o Google, justificam sua decisão alegando a formação de uma política uniforme que não incorre em variações regionais. Esse alinhamento é similar à política de práticas em outros países onde apenas autorizações federais são reconhecidas para publicidade de jogos de azar. O critério visa garantir que todas as operações de apostas estejam conforme as leis e regulamentos locais mais abrangentes.

O objetivo declarado pelas plataformas é promover a publicidade responsável de jogos, garantindo que os operadores possuam a certificação necessária tanto do órgão regulador nacional quanto do próprio Google Ads.

Créditos: depositphotos.com / kamontad999

Qual a Posição do Ministério da Fazenda?

Em resposta aos desdobramentos sobre licenciamento e publicidade, o Ministério da Fazenda desempenha um papel crucial. Em dezembro de 2024, o ministério, por meio da Secretaria de Prêmios e Apostas, concedeu autorização a um grupo de 15 empresas para operar sob o novo quadro regulatório de apostas no país. A decisão baseou-se na análise de mais de cem pedidos, refletindo a seriedade e o rigor do processo de seleção.

Essa postura enfatiza a importância de uma abordagem regulatória rigorosa e padronizada, buscando não apenas o controle eficaz do mercado de apostas, mas também a proteção dos consumidores.

Impacto e Perspectivas Futuras

A discussão sobre a regulação da publicidade de apostas online representa um ponto central na evolução do mercado de apostas no Brasil. As tensões entre autoridades estaduais e federais destacam a complexidade da governança no setor, onde interesses econômicos e legais frequentemente se encontram em conflito.

No futuro, é possível que uma revisão dessas políticas possa surgir, especialmente se o diálogo entre as partes interessadas resultar em diretrizes que promovam tanto o crescimento do mercado quanto a proteção dos consumidores. Até então, a exigência de licenças federais como critério para publicidade em grandes plataformas continua a ser um fator determinante para a configuração do mercado de apostas no país.

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